quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Mesolítico

Mesolítico ( 10.000 A.C a 5.000 A.C ) é o termo empregue para denominar o período da pré-história que serve de transição entre o Paleolítico e o Neolítico, e presente (ou pelo menos, com duração razoável) apenas em algumas regiões do mundo onde não houve transição direta entre esses dois períodos. Significa Idade Média da Pedra (do grego μεσος, mesos =médio; e λίθος, líthos =pedra) por contraposição ao Paleolítico (Idade Antiga da Pedra) e ao Neolítico (Idade Nova da Pedra), identificando-se com as últimas sociedades de caçadores-coletores.

O período mesolítico só existiu em algumas regiões do mundo onde não houve transição direta entre os períodos Paleolítico e Neolítico, pois, a evolução histórica se deu diferente em determinadas regiões.
Os hábitos das culturas do Mesolítico eram basicamente nômades, com assentamentos estacionais de Inverno e acampamentos de verão, embora em algumas regiões costeiras europeias e no Próximo Oriente (ali onde encontraram recursos suficientes e regulares) começassem a viver de um modo mais sedentário.
As regiões que sofreram maiores efeitos das glaciações tiveram Mesolíticos mais evidentes.

Iniciou-se com o fim do Pleistoceno, há cerca de 10 mil anos, e terminou com a introdução da agricultura, em épocas que variam de acordo com a região.

Micrólitos do período Mesolítico

Arte
Ao terminar o Paleolítico Superior também desapareceram as suas esplêndidas manifestações artísticas, aparecendo outras novas, influenciadas, inevitavelmente, pelos cambiantes fatores climáticos e os novos hábitos socioeconômicos. O problema desta nova arte postpaleolítica é que resulta muito difícil de datar e os investigadores não se põem de acordo a respeito da sua periodização.
A arte tornou-se conceitual e racionalista, baseada no geométrico e no abstrato.O processo de degradação do Paleolítico deu lugar ao aparecimento da cultura aziliana na zona pirenaica, com extensão pela zona cantábrica da península Ibérica, cultura de transição sem grandes novidades e que continua as antigas técnicas paleolíticas. A cultura aziliana deixou abundantes seixos rolados decorados com seriações de faixas, pontos, ramiformes, etc., de caráter abstrato, e aos que se outorga um significado mágico-simbólico.
No entanto, em França podem-se encontrar vestígios da cultura "tardenoisense". A este ciclo cultural pertencem também as oficinas de trabalho manual de sílex, ao ar livre, que existem na região tarraconense.
No Levante espanhol grupos humanos deixaram pinturas que mostram uma evolução da arte rupestre para os modelos mais esquemáticos. Nas paredes dos abrigos, estes homens pintaram complexas cenas de caça, de danças e ritos mágicos. As figuras estão feitas com pigmentos pretos ou avermelhados, e são muito estilizadas. Apesar disso podem-se identificar personagens como feiticeiros/xamãs, graças aos tocados que lhes cobrem a cabeça, aos bastões que portam e aos adornos nos joelhos e nos braços; também se apreciam homens com plumagens e braceletes em braços e tornozelos, enquanto as mulheres luzem longas saias. Há muito movimento (como contraste que arte paleolítica) e as lutas entre grupos aparecem com relativa frequência, com batalhas de arqueiros que até mesmo chegam ao corpo a corpo.
No mesolítico destaca também a cultura natufiana, marcada entre outras coisas, pela sua arte móvel, com representações características de animais em almofarizes de mão, cabos de foice ou facas.

Escultura de Lepenski Vir.

A "Revolução mesolítica"
Para certos autores a revolução neolítica começou a gestar-se realmente durante o Mesolítico. Para B. Hayden e A. Testart, durante este período apareceram grupos de caçadores-coletores especializados em escassos tipos de recursos abundantes e seguros, que podiam ser armazenados durante boa parte do ano, o que lhes permitiu aumentar a demografia e tornarem-se sedentários. A acumulação de bens teria provocado as primeiras desigualdades sociais e a aparição de hierarquias, encabeçadas por aqueles que se teriam encarregado da gestão dos excedentes. Assim, teriam surgido as chefias, ligadas sempre nas suas tomas de decisões aos xamãs. Para Testart, a coleta e a caça intensivas de umas poucas espécies teria levado gradualmente a uma série de melhoras técnicas que selecionaram artificialmente aquelas, terminando naturalmente na sua posterior domesticação. Por tudo isso, ambos consideram que a verdadeira revolução ocorreu no Mesolítico, quando foram estabelecidas as bases econômico-sociais que se desenvolveram posteriormente, durante o Neolítico.

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